O que é o Projeto de Promoção à Dedicação Acadêmica?
A Faculdade de Direito da USP oferece a seus estudantes de graduação uma série de programas de extensão, grupos de estudo, além de disciplinas obrigatórias e optativas, inclusive em outras unidades da universidade. Entretanto, alguns alunos e alunas precisam abrir mão dessas oportunidades por questões financeiras. O PPDA oferece auxílio financeiro mensal, orientação de mentores, oficinas quinzenais e curso de inglês para que esses estudantes possam desenvolver ao máximo seus potenciais.
Como funciona o PPDA?
Seleção
Em dezembro, lançamos um edital para selecionar estudantes que serão contemplados pelo projeto no ano letivo seguinte.
Autonomia
Feita a seleção, as alunas e os alunos contemplados possuem autonomia total para escolher a quais atividades de pesquisa e extensão irão se dedicar.
Auxílio
Os bolsistas recebem auxílio financeiro mensal (10 parcelas de R$ 750 ou R$ 1000), além de auxílio-livro semestral (R$ 750).
Mentoria
Cada bolsista é acompanhado por dois mentores, antigos alunos da FDUSP, com reuniões realizadas mensalmente e troca de experiências entre os mentores.
Inglês
Além das bolsas mensais, o PPDA expandiu o custeio, já iniciado no segundo semestre de 2020, de cursos de inglês aos bolsistas.
Oficinas
Os bolsistas se reúnem com profissionais de várias carreiras jurídicas para entender melhor os caminhos trilhados por essas pessoas e também o dia-a-dia de cada profissão.
Bolsistas 2024
"Eu sou a Alanys, tenho 22 anos e estou cursando o terceiro semestre na São Francisco. Fiz o meu ensino médio numa Federal no interior do Rio de Janeiro, em Campos dos Goytacazes. A conclusão dessa fase, na pandemia, me fez consolidar o desejo de cursar Direito na Universidade que melhor poderia me ajudar a expandir os horizontes: a USP.
Para isso, tracei o objetivo de me mudar da cidade o mais rápido possível para sair da zona de conforto, e consegui alcançá-lo ao passar no concurso do Banco do Brasil de 2021. Não consegui me achar dentro da empresa, e durante essa rotina psicologicamente exaustiva, me inscrevi na FUVEST e passei na lista de espera.
Com o sonho alcançado, decidi pedir demissão e me dedicar integralmente a esse objetivo para conseguir uma formação muito mais centrada. Com as políticas de permanência da USP e o Adote um Aluno, consegui passar o primeiro ano apenas estudando. Com o segundo ano chegando, descobri o PPDA por meio do e-mail USP e percebi o quanto esse programa se encaixava e. além disso, poderia me incentivar ainda mais academicamente.
Apesar de consegui apenas estudar no primeiro ano, eu já tinha percebido que os primeiros programas citados não seriam mais suficientes, então prestar o processo seletivo do PPDA e passar nele me ajudou muito. Graças ao programa e às outras políticas, consigo focar, no meio acadêmico, no que irá me ajudar a construir o meu repertório jurídico. Atualmente, sou Estagiária Aprendiz no Departamento Jurídico XI de Agosto e consigo me dedicar às optativas (até mesmo no contraturno), e pretendo ainda mais no 4° semestre.
O PPDA, além do auxílio financeiro, contribui academicamente para a formação dos bolsistas com mentorias, oficinas e curso de inglês (excelente, por sinal). Conseguimos entrar em contato com pessoas já estabelecidas no meio jurídico que nos ajudam a reforçar nossas perspectivas e ir além."
"Meu nome é Andreia, sou aluna do 4º semestre de Direito na USP e sou de São José dos Campos. Minha jornada acadêmica começou em 2015, quando me tornei aluna do CASDinho, um curso popular criado e mantido por alunos do ITA, o que me levou ao IFSP em 2017. Por não ter condições financeiras, eu faria engenharia, pois era praticamente o único curso gratuito oferecido em SJC. Até 2021, estudei para entrar no ITA, mas não obtive sucesso. Ao fim de três anos de luta, decidi que iria para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Pesquisando sobre a USP, descobri o PAPFE e a Casa do Estudante. Felizmente, em 2023 consegui a aprovação nos dois. Já em SP, percebi que aquilo não seria suficiente para sobreviver fora. A ideia de iniciar um estágio prematuro foi a mais presente, algo que só foi contornado com a descoberta do PPE. Poder me dedicar integralmente aos estudos sem trabalhar foi fundamental para explorar oportunidades e consolidar os aprendizados do primeiro ano.
O PPDA está sendo um divisor de águas; tenho oportunidades que jamais imaginei ter enquanto aluna hipossuficiente e de fora de SP. As aulas de inglês e o acompanhamento didático são ímpares para o desenvolvimento nesse idioma tão requisitado e indispensável para a academia e para o mercado de trabalho. Nas oficinas conheço as mais diversas carreiras por meio de profissionais hiper atenciosos e receptivos. Já nas mentorias, tenho uma experiência maravilhosa pelo contato com dois mentores que me acolhem e estão sempre ao meu lado para tudo que eu preciso.
Hoje participo do LabGov e da Sanfran Finance. O LabGov foi a primeira extensão em que ingressei na faculdade, e é a responsável por ter desenvolvido a minha afinidade com o direito público. Já a Finance foi uma extensão em que ingressei este ano, e tem sido uma ótima experiência, afinal é um campo um pouco diverso do Direito, mas que eu sempre tive vontade de explorar."
Passar na USP foi a realização de um sonho para mim e para meus familiares, mas meu ingresso na faculdade não foi fácil e passei por muitos desafios no início, tanto de adaptação a um novo ambiente, quanto de entendimento de como funcionava a academia e de permanência na faculdade. Consigo me manter em São Paulo graças ao acolhimento da moradia estudantil da faculdade, a Casa do Estudante, e com o apoio dos programas de permanência, principalmente o PPDA, que está possibilitando minha dedicação integral às vivências da faculdade e abrindo um novo leque de possibilidades.
Atualmente, faço parte de algumas extensões da faculdade, como o grupo de estudos de Direito, Discriminação e Diversidade, o Laboratório de Estudos Étnico-Raciais, além do Departamento Jurídico XI de Agosto. Essas extensões me ajudam a vislumbrar uma possível pesquisa no futuro e a entender a aplicação do direito na prática. As principais áreas de meu interesse são o Direito Antidiscriminatório, Direito Constitucional, Direito do Estado e Direito Penal.
Com o auxílio do PPDA, consigo me dedicar à minha graduação e às oportunidades da faculdade, além de participar de atividades que me ajudam a me aprimorar pessoalmente e academicamente, como oficinas, aulas de inglês e mentorias. Além disso, o apoio financeiro e a bolsa de livros garantem minha permanência e pertencimento na faculdade.
Se atualmente posso me dedicar à faculdade, é graças ao apoio do PPDA, que me possibilita desenvolver diversas atividades e está mudando o rumo da minha carreira acadêmica para melhor.”
“Entrar na USP era algo que nem nos meus melhores sonhos eu imaginava, pois era praticamente impossível para um jovem de família extremamente pobre, morador de uma cidade com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do país, estudar na melhor universidade da América Latina.
Após realizar o sonho de ingressar na Sanfran, deparei-me com uma das maiores dificuldades enfrentadas por todos os estudantes pobres ao entrarem na faculdade, que é a dificuldade de permanecer, principalmente devido à extrema desigualdade do ambiente acadêmico.
Contudo, graças às políticas de permanência e aos programas sociais, como a Casa do Estudante, o Programa Adote um Aluno e o PPDA, estou tendo a oportunidade de aproveitar a graduação e me dedicar inteiramente às atividades acadêmicas.
Hoje posso dizer que a maior parte das minhas preocupações está ligada às atividades da faculdade. Faço parte de grupos de estudos e extensões, e também consigo me dedicar à área que eu gosto, o direito penal, tanto nas matérias obrigatórias quanto nas optativas. Além disso, estou tendo a oportunidade de fazer um curso de inglês, algo considerado básico para todos os estudantes da Sanfran, mas que, devido às dificuldades financeiras, nunca tive a oportunidade de realizar.
Gostaria de agradecer especialmente ao PPDA pela oportunidade, pelo incentivo e por acreditar na minha capacidade. As atividades realizadas estão sendo extremamente importantes para a minha formação, não só acadêmica, mas também pessoal. O projeto de mentoria, as oficinas e as aulas de inglês são coisas extremamente incríveis. Agradeço também a todos os projetos sociais que lutam para diminuir a desigualdade em nosso país.”
"Me chamo Giovanna, tenho 20 anos e atualmente curso meu segundo ano de São Francisco. Como aluna de um cursinho popular e oriunda da Zona Norte de São Paulo, completei todo o ensino básico na rede pública, experiência que me agregou a perspectiva de uma universidade pública que vai além do ensino, sendo um meio de inclusão e retribuição.
Com a ajuda de políticas de permanência é que posso viver a universidade por essa ótica; ser abarcada por um projeto como o PPDA é, em primeiro lugar, crucial para nos proporcionar mais do recurso mais precioso na graduação e na vida: o tempo.
Embora a USP ofereça muitas oportunidades, como extensões, matérias optativas e grupos de estudo, combiná-las com a necessidade de estagiar e longas horas no transporte nos leva a aproveitá-las precariamente. Estar na São Francisco hoje significa, para mim, a oportunidade de continuar como coordenadora e monitora no Cursinho Popular Arcadas, colaborar com a equipe de revisão da Revista de Direito Civil Contemporâneo da FDUSP e dedicar-me às disciplinas optativas, tanto da FDUSP quanto de outros institutos, além das obrigatórias deste semestre.
Ainda, o acompanhamento por profissionais que comumente passaram pelo caminho que desejamos trilhar (seja enquanto pesquisadores, associados à rede privada ou à cargos públicos) é essencial para que tenhamos um plano de carreira consolidado, não só através das mentorias, como também das oficinas, nas quais temos contato com convidados dispostos a tirar cada uma das nossas dúvidas.
Programas como o PPDA são essenciais para explorarmos ao máximo nossas potencialidades. Além do auxílio material, o projeto nos proporciona contato e diálogo com pessoas de contextos diversos, ampliando nossa visão de futuro e reforçando nossa capacidade de construí-lo."
"Meu nome é Glaciele, tenho 29 anos e sou de Paratinga, interior da Bahia. Saí da minha terra natal em busca de melhores condições de vida e, através de um cursinho popular preparatório para o vestibular, pude acreditar que a universidade pública pode ser ocupada por pessoas como eu.
Resido em São Paulo há nove anos e enfrentei muitos desafios até alcançar a tão sonhada vaga na USP. Mesmo tendo o sonho de cursar Direito, nem nos meus melhores sonhos imaginei que um dia ocuparia o espaço que ocupo hoje. Estou aqui como prova viva de que a educação transforma vidas. No entanto, assim como foi difícil entrar na universidade, permanecer nela também é um grande desafio. A falta de políticas públicas que garantam a permanência, a dedicação exclusiva e o direito a melhores condições de moradia são fatores que geram muitos embates na vida do estudante. No ano em que entrei na São Francisco, pude perceber isso de maneira intensa e como as desigualdades são acentuadas.
Nesse momento, conheci o Projeto de Dedicação Acadêmica (PPDA), que atua como um agente facilitador, unindo forças e criando mecanismos para nos ajudar a permanecer na universidade sem a necessidade de nos aventurarmos precipitadamente nos estágios.
O PPDA tem nos proporcionado a oportunidade de nos dedicarmos exclusivamente às atividades acadêmicas obrigatórias e extracurriculares oferecidas pela universidade. Uma das atividades extracurriculares às quais decidi me dedicar este ano é a Escola de Formação Pública, que nos fornece mecanismos para a análise de acórdãos do Supremo Tribunal Federal e permite debates em sala de aula sobre os conteúdos analisados.
Além disso, realizei um curso no grupo de estudos de Direito Administrativo na FGV, onde estudamos a conjuntura da gestão pública brasileira. No segundo semestre de 2024, também realizo uma pesquisa científica empírica na Escola de Formação Pública. Posso afirmar que nada disso seria possível sem o apoio do PPDA, que nos fornece ajuda financeira para a dedicação exclusiva aos estudos.
Ademais, o PPDA nos oferece um curso de inglês com uma excelente professora e material didático, para que possamos desenvolver melhor nossas habilidades no idioma. Também tenho a oportunidade de participar de mentorias e oficinas que contribuem muito para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional, ampliando nosso conhecimento sobre as inúmeras possibilidades que o Direito pode nos oferecer."
"Meu nome é Graziele, tenho 23 anos e estou cursando o segundo ano de Direito no Largo de São Francisco. Sou de Ubatuba, litoral de São Paulo.
Estudei a vida toda em escolas públicas e compondo uma família simples, fui a primeira pessoa da mesma a ter alcançado, através das cotas, a oportunidade de vivenciar a graduação. Minha família, a qual devo muito, sempre me apoiou e instigou a alcançar meus objetivos, e sou extremamente grata a isso.
Porém, alcançar meus sonhos requer mais do que somente esforço, mas uma política de permanência estudantil que me acolheu desde o primeiro momento em que ingressei na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É graças à Casa do Estudante, que posso manter residência na cidade e ao PPDA que posso me dedicar de maneira integral e completa à graduação.
A possibilidade de ser aluna em dedicação exclusiva me proporciona uma maior integração universitária e sou capaz de vivenciar a universidade me integrando nos três principais tripes que a mantém, a pesquisa, o ensino e a extensão. Atualmente faço parte do grupo de estudos de Direito, Descriminação e Diversidade, do Laboratório de Estudos Étnico-Raciais, e componho o time de extensões como o Departamento Jurídico XI de Agosto e o Nexo Governamental. Além disso, minhas áreas de maior interesse são o Direito Constitucional, o Direito Penal e o Direito Processual.
Com o apoio do PPDA, consigo me dedicar a minha graduação de uma maneira que não seria possível sem o projeto. É graças à bolsa que o projeto oferece que me mantenho sem a necessidade de dedicar parte do meu tempo ao estágio e consigo investir o mesmo em atividades que promovem meu aprimoramento como pessoa e, futura, profissional. Além disso, as oficinas e mentorias são um grande norte nos momentos de dúvida e as aulas de inglês são fundamentais.
É graças a projetos como esse que consigo continuar a me dedicar para alcançar meus objetivos, e serei eternamente grata ao PPDA por me apoiar durante parte da minha trajetória."
"Meu nome é Isabelli, tenho 19 anos, estou no quarto semestre e sou de Alagoinhas, no interior da Bahia. Como muitos que estudam ou estudaram na Sanfran, entrar nessa faculdade sempre foi um grande sonho. Esse sonho começou a se formar entre o final de 2021 e o início de 2022, quando estava no terceiro ano e me preparei para o vestibular. Venho de uma tradicional família nordestina, grande, cheia de garra e esperança de vencer na vida. Meus avós não chegaram a concluir a escola e apenas sabiam assinar seus nomes. Meus pais concluíram o ensino básico, mas nunca tiveram a oportunidade de entrar em uma faculdade, pois o sustento da família sempre veio em primeiro lugar. Minhas irmãs, por outro lado, conseguiram ingressar e concluir suas graduações. Eu fui a primeira da família a ir para tão longe. Isso gerou medo e insegurança em todos que amo — amigos e família — mas, desde o início, recebi o apoio incondicional deles, algo que foi fundamental para eu estar aqui.
Nunca tinha saído do Nordeste antes, então a Sanfran e São Paulo foram um mundo completamente novo e estranho para mim. Sem dúvida, ocupar esses espaços transformou profundamente a minha forma de enxergar e me posicionar no mundo. Desafios que eu nunca havia enfrentado começaram a surgir, como a dificuldade em me sentir parte de um lugar historicamente criado para pessoas com realidades muito diferentes da minha.
Nesse contexto, o PPDA surgiu na minha vida como uma luz inesperada. As oficinas e as mentorias são, sem dúvida, as minhas partes favoritas do projeto. As oficinas me ajudam a refletir sobre os caminhos que posso seguir, mostrando possibilidades que eu nunca havia considerado antes. Já meus mentores, Lucas e Mari, me orientam nesse percurso, iluminando os passos a seguir e oferecendo acompanhamento e atenção.
Atualmente, participo do DJ Xi de agosto, como coordenadora e estagiária plantonista, e do LabGov, no Núcleo de Estudos da Transparência Administrativa e Comunicação de Interesse Social.
Encontro nessas áreas um sentido de pertencimento e ainda busco por mais. Tenho certeza de que o PPDA é um projeto que me ajuda a chegar lá. Por fim, deixo aqui meus sinceros agradecimentos a essa iniciativa, que apoia estudantes como eu em suas jornadas."
“Me chamo João Guilherme, tenho 22 anos e sou natural de Guaratinguetá, interior de São Paulo. Atualmente, estou no terceiro ano da graduação e, pela segunda vez, tenho a oportunidade de participar do PPDA.
Iniciar meus estudos em Direito na São Francisco representa a realização de um sonho que nutro há muito tempo em minha trajetória estudantil. Em 2022, ao concretizá-lo, deparei-me com diversas oportunidades oferecidas pela faculdade e percebi a importância de contar com uma rede de apoio para aproveitar ao máximo o ambiente universitário.
Desde o início da faculdade, decidi traçar uma vida acadêmica pautada nos estudos, na pesquisa e na participação em atividades extracurriculares. Nesse contexto, o PPDA surgiu como um meio para viabilizar essa dedicação integral, fornecendo todo o suporte necessário ao longo desse percurso.
As atividades desenvolvidas nas mentorias e oficinas mensais permitiram ampliar minha visão das possibilidades de carreira jurídica, além de proporcionar um ambiente de troca de experiências enriquecedor. O projeto também viabilizou a continuidade dos meus estudos em inglês e, graças ao auxílio financeiro, pude me dedicar exclusivamente às atividades curriculares e extracurriculares.
Essa dedicação ao meio acadêmico possibilitou, neste ano, meu ingresso no programa PITES e, no primeiro semestre de 2025, realizarei o sonho de fazer um intercâmbio em Lyon. Durante este semestre, também estou participando da Nelson Mandela World Human Rights Moot, uma competição de direito internacional. Além disso, sou membro do Laboratório de Estudos Étnico-Raciais Quilombo Oxê.
Para mim, o mundo acadêmico é mais do que uma jornada pessoal; simboliza uma forma de dar sentido à luta de todos aqueles que me apoiaram para que pudesse chegar até aqui. Além disso, acredito ser uma maneira de retribuir à sociedade por meio de pesquisas e participação em atividades extracurriculares. Esse percurso na São Francisco até agora só foi possível graças à rede de apoio proporcionada pelo PPDA, que desempenha um papel crucial não apenas na minha formação, mas também na de muitos outros alunos, ao defender a permanência estudantil e a dedicação exclusiva ao longo dos anos na faculdade.”
"Meu nome é João Victor Santos, tenho 20 anos, sou de Itapevi, zona oeste da região metropolitana de SP, e estou no meu sexto semestre na São Francisco. A USP sempre foi um objetivo distante, mas sempre um objetivo. Estudar na melhor faculdade de Direito e na melhor universidade do país às vezes parecia apenas uma ideia pouco tangível. Hoje, com metade do curso concluído, esse sentimento ainda não desapareceu por completo.
Estar em um espaço que nunca foi pensado para você pode causar desconforto e dificuldade em se sentir parte dele. Há uma dificuldade em se ver e se enxergar como um "franciscano", o que demanda sempre o esforço de reafirmar para si mesmo que o direito de vivenciar as Arcadas foi conquistado. Comecei a me sentir parte desse ambiente por meio das extensões, e arrisco dizer que elas deram sentido a este espaço e à graduação.
Nestes três anos, pude ser monitor de Direito Romano, participar de grupos de estudo na FGV e na São Francisco sobre Direito Constitucional, ser presidente do SimJur Civil, grupo de simulação jurídica, e agora, diretor no Departamento Jurídico XI de Agosto, lugar onde de fato me encontrei na faculdade.
Tudo isso demanda tempo, e é aqui que entra o PPDA. A USP ainda tem muito a avançar em relação ao apoio à permanência de seus estudantes de baixa renda. Na Sanfran, muitos precisam iniciar estágios nos primeiros semestres para poderem continuar estudando, perdendo a chance de participar de extensões, perderam a chance de dar sentido à graduação e de se sentirem pertencentes.
Com o PPDA e suas mentorias, aulas de inglês e oficinas, o desenvolvimento dentro da faculdade é estimulado. O programa promove contato com antigos alunos que estão nas carreiras que almejamos como objetivo e que passaram por desafios semelhantes aos nossos na graduação, sendo um importante apoio e um espaço de trocas únicas.
Na falta de uma universidade que ainda não garante a plena permanência de seus estudantes, projetos como o PPDA permitem que a graduação seja vivida em sua máxima potência."
“Meu nome é Milena Maira, sou de Itaquaquecetuba e sempre sonhei em cursar Direito na Universidade de São Paulo. No entanto, desde cedo, sabia que alcançar esse sonho não seria simples.
Nesse sentido, um dos momentos mais marcantes da minha vida foi quando recebi a notícia de que tinha sido aprovada no vestibular. Naquele instante, uma intensa felicidade tomou conta de mim. No entanto, lembro-me que, ao receber essa notícia, meu primeiro pensamento foi: "Nossa, e agora como eu vou conseguir me manter na universidade?".
Inicialmente, senti uma grande preocupação, pois só conseguia enxergar obstáculos para a realização deste sonho. Morar longe da faculdade e depender apenas do valor do auxílio moradia, que era extremamente baixo, eram desafios que pareciam intransponíveis. A única solução que vislumbrava era trabalhar durante o dia e estudar à noite, o que me entristecia profundamente, pois significava abrir mão de participar dos projetos da faculdade que tanto almejava. No entanto, tudo mudou quando recebi a bolsa do Projeto de Promoção à Dedicação Acadêmica.
Em 2024 estou tendo a oportunidade de participar pela segunda vez do projeto. Ser bolsista do PPDA na edição de 2023 foi algo que me transformou completamente, pois foi me dado diversas oportunidades de crescimento e eu considero que as mais transformadoras foram a de estudar um novo idioma e ter mentorias.
Essas duas experiências foram importantes, pois elas me orientaram a tirar do papel os projetos acadêmicos que eu estou realizando em 2024. Neste ano eu estou realizando uma Iniciação Científica na área trabalhista. Estou participando do Departamento Jurídico XI de Agosto como estagiária, e fazendo parte da Liga Trabalhista. Além de estar aprimorando meus conhecimentos em inglês.
Agradeço de coração a todas as pessoas que proporcionam a existência do PPDA, pois ele é essencial para que os alunos de baixa renda possam realmente desfrutar das experiências acadêmicas.”
"Meu nome é Nathan, tenho 22 anos e estou no 4° semestre da graduação. Sou natural de Itaboraí, Rio de Janeiro. Em 2021, enquanto trabalhava como motoboy, senti uma intensa necessidade de mudar de vida. Foi então que descobri a São Francisco. Após inúmeras pesquisas na internet, tomei uma decisão que mudaria minha vida para sempre: comecei a estudar para o vestibular. Esse desafio parecia impossível, considerando a necessidade de conciliar o trabalho com os estudos e, principalmente, a dificuldade de não ter sequer o conhecimento básico necessário para iniciar essa jornada.
As políticas de permanência da São Francisco foram fundamentais para que eu pudesse continuar na graduação. Graças a elas, não precisei voltar à antiga rotina de conciliar estudos com o trabalho árduo necessário para sobreviver.
O Programa de Promoção à Dedicação Acadêmica (PPDA) trouxe uma perspectiva acadêmica que, até então, parecia inatingível para mim. As oficinas me proporcionaram a oportunidade única de conhecer profissionais que normalmente seriam inacessíveis, além de nos apresentar as especificidades das diversas áreas de atuação. As aulas de inglês têm contribuído significativamente para meu desenvolvimento pessoal e profissional, contando com uma excelente professora.
Neste semestre, curso as disciplinas optativas de Crítica Criminológica ao Direito Penal e Processo Penal e Tecnologia, acredito que elas contribuirão muito para aprofundar meu interesse em uma área com a qual tenho afinidade. Atualmente, estou desenvolvendo uma pesquisa nessa área, focada em compreender como a pobreza e a marginalização estão intrinsecamente ligadas à criminalização das populações menos favorecidas."
"Sou Paulo Henrique, natural de um pequeno município no interior da Bahia e, atualmente, estou cursando o terceiro período de graduação em Direito na Universidade de São Paulo. Estudar em uma instituição de tamanho prestígio traz um sentimento misto de orgulho, insegurança e ansiedade, especialmente devido à minha condição socioeconômica.
Neste ambiente acadêmico, marcado pela disparidade de oportunidades e vivências sociais, é comum que alunos hipossuficientes, como eu, enfrentem frustração e desânimo. No entanto, o Programa de Promoção à Dedicação Acadêmica (PPDA) tem sido o alicerce da minha trajetória na USP.
O PPDA oferece uma série de benefícios que transformaram minha vida acadêmica e pessoal. Graças ao auxílio financeiro, à facilitação na aquisição de dispositivos eletrônicos, às aulas de inglês e às mentorias com profissionais experientes, pude me dedicar integralmente aos estudos.
Com a segurança financeira proporcionada pelo programa, me envolvi em atividades extracurriculares que despertam meu interesse, como a disciplina de Direito Digital, a extensão em inteligência artificial (AIA) e os grupos de estudos no laboratório de pesquisas étnico-raciais. Além dessas experiências acadêmicas, o PPDA também me possibilitou participar de iniciativas sociais, como a diretoria da Casa do Estudante, moradia que viabilizou minha permanência em São Paulo e onde construí laços de amizade com pessoas extraordinárias.
Ocupar um espaço que, originalmente, não foi feito para pessoas como eu traz inúmeros desafios. Nesse contexto, programas como o PPDA são fundamentais para reduzir a desigualdade na Faculdade de Direito da USP e, consequentemente, na sociedade como um todo, ao oferecer suporte e oportunidades aos alunos hipossuficientes.
Com o apoio do PPDA, tenho conseguido superar os desafios e aproveitar ao máximo as oportunidades que a USP me oferece."
"Meu nome é Paulo Marques, tenho 22 anos, sou natural de Bertioga e estou no 5° semestre da graduação na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Neste segundo ano como bolsista do Projeto de Promoção à Dedicação Acadêmica, tive a oportunidade de participar de oficinas com os mais variados profissionais, vindos tanto da iniciativa privada quanto do setor público. Por meio de seus relatos, pude expandir ainda mais a minha percepção sobre o mundo jurídico e os preceitos que o regem. Além do mais, participei do programa de mentoria que, assim como no ano passado, se demonstrou extremamente interessante, tornando-se um núcleo importantíssimo em minha trajetória, me auxiliando em questões do presente e em muitas de minhas pretensões para o futuro.
Com o apoio do Projeto, dediquei-me integralmente às atividades acadêmicas, incluindo o estudo da língua inglesa e a minha atuação como aluno e pesquisador na Escola de Formação Pública da Sociedade Brasileira de Direito Público."
"Me chamo Vitor Araújo, tenho 20 anos, sou de Brasília e estou cursando o segundo ano da graduação em Direito na Universidade de São Paulo. Estudar na Faculdade de direito da USP, uma instituição tão conceituada e rica em oportunidades, sempre foi um sonho e é motivo de grande orgulho para mim. A faculdade oferece uma diversidade de projetos, grupos de estudo e projetos de extensão que ampliam nossas possibilidades de formação acadêmica e profissional. No entanto, essa trajetória e vivência também é marcada por inúmeros desafios. O ambiente universitário, apesar de sua excelência, reflete as desigualdades sociais presentes na sociedade. Para muitos estudantes de baixa renda, a necessidade de conciliar os altos custos de vida em São Paulo com a rotina acadêmica torna a experiência universitária ainda mais desafiadora, já que frequentemente é preciso estagiar para garantir a subsistência, o que pode comprometer uma vivência acadêmica plena.
O Projeto de Promoção à Dedicação Acadêmica (PPDA) tem sido essencial para minha permanência e desenvolvimento na USP. O apoio financeiro mensal, as mentorias, as oficinas e o curso de inglês me proporcionam um suporte fundamental. Em particular as mentorias e oficinas, foram decisivas para meu crescimento acadêmico, profissional e pessoal. A cada encontro, expandi minha visão sobre pesquisa, mercado de trabalho e as múltiplas possibilidades de atuação no Direito.
Durante o tempo em que estou no PPDA, pude me envolver em diversas atividades que enriqueceram minha experiência acadêmica de maneira significativa. Integrei o grupo de avaliação de políticas públicas do Nexo Governamental, fiz parte do Laboratório de Estudos Étnicos Raciais, ingressei no Programa de Formação Jurídica(PFJ) do DJ XI de Agosto, além de ter ingressado como trainee na Sanfran Junior. Para além do mundo acadêmico, o projeto me proporcionou a oportunidade de atuar como voluntário na diretoria da Casa do Estudante, pela qual também sou imensamente grato.
Sem esse apoio, muitas dessas atividades seriam inviáveis para mim. O PPDA é fundamental para estudantes em situação de vulnerabilidade, permitindo que superemos barreiras sociais e aproveitemos ao máximo as oportunidades oferecidas pela São Francisco."
Mentores 2024
Oficinas realizadas
2020
Yuri Luz
Surraily Youssef
Luisa Maffei
2021
Livia Sobota
Rafael Bezerra Nunes
Rafael Fassio
Julio Araujo
Maria Fernande de Moura e Souza
Isadora Brandão
Denis Mizne
Barbara Rosenberg
Jefferson Nascimento
Renan Quinalha
Iagê Miola
Daniela Oliveira Rodrigues
2022
Jefferson Nascimento
Livia Sobota
Mariana Valente
Susana Henriques da Costa
Inês Maria dos Santos Coimbra
Vanessa Vieira
Vinícius Marques de Carvalho
2023
Guilherme Pastore
Fabiana Siviero
Camila Torres
Yuri Corrêa Luz
Lívia Sobota Oliveira
Mariana Carrara
Oficina de estágios (Laura Arantes, Lucas Morelli e Nathalie Fragoso)
Gabriel Sampaio
Oficina de pesquisa (Daniel Murata e Sara Tironi)
Inês Maria dos Santos Coimbra
2024
Gabriela Adamo
Maike Wile dos Santos
Surraily Youssef
Oficina de intercâmbio (Marcelo Evangelista, ex-bolsista)
Yuri Corrêa Luz
Oficina de pesquisa (Daniel Murata e Sara Tironi)
Ana Paula Tavassi
Inês Maria dos Santos Coimbra
Como posso ajudar?
O PPDA é uma associação sem fins lucrativos e, embora sua coordenação, seus mentores e os participantes de suas oficinas sejam voluntários, depende de doações para pagamento das bolsas mensais, do curso de inglês e do auxílio-livro.
Nossa principal fonte de financiamento são doadores individuais, que acreditam em nossos propósitos e, com doações de diferentes valores, tornam possível nosso trabalho.
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Banco Itaú (341)
Agência 0251
Conta 99898-5
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